sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Folclore - Figuras Folclóricas

Bicho-papão

Segundo a tradição popular, o bicho-papão se esconde no quarto das crianças mal educadas, nos armários, nas gavetas e embaixo da cama para assustá-las no meio da noite. Outro tipo surge nas noites sem luar e coloca as crianças mentirosas em um saco pra fazer sabão. Quando uma criança faz algo errado, ela deve pedir desculpas, senão receberá a visita do monstro.
 
 Desde a época das Cruzadas, a imagem de um ser abominável já era utilizada para criar medo nas crianças. Os muçulmanos projetavam esta figura no rei Ricardo Coração de Leão, afirmando que, caso as crianças não se comportassem da forma esperada, seriam levadas escravas pelo melek-ric (bicho-papão).

A imagem do bicho-papão possui variações de acordo com a região. No Brasil e em Portugal, é chamado de “bicho-papão”. Nos Países Baixos, o monstro é chamado de Zwart Piet (Pedro negro), que possui a tarefa de pegar as crianças malvadas ou desobedientes e jogá-las no Mar Negro ou levá-las para a Espanha. Em Luxemburgo, o bicho-papão (Housecker) é um indivíduo que coloca as crianças no saco e fica batendo em suas nádegas com uma pequena vara de madeira.

 Boto cor-de-rosa

Acredita-se que nas noites de lua cheia, próximas da comemoração da festa junina, o boto cor-de-rosa sai do Rio Amazonas, transforma-se em metade homem e metade boto.

Muito atraente e com um belo porte físico, o boto sai pelas comunidades próximas ao rio, encanta e seduz a moça mais bonita. Ele sempre usa um chapéu, leva as moças até a margem do rio e as engravida. Ao engravidá-las, o rapaz volta a ser um boto cor-de-rosa e a moça volta a sua comunidade grávida.


Negrinho do Pastoreio

É uma das lendas mais populares do Brasil, principalmente na região sul. Conta a lenda que um fazendeiro ordenou que um menino, seu escravo, fosse pastorear seus cavalos. Após um tempo, o menino voltou e o fazendeiro percebeu que faltava um cavalo: o baio.

Como castigo o fazendeiro chicoteou o menino até sangrar e mandou que ele fosse procurar o cavalo que faltava. O garoto conseguiu achar o baio, porém não conseguiu capturá-lo, então, o fazendeiro o castigou de novo, prendendo-o em um formigueiro. No dia seguinte, o fazendeiro se deparou com o menino sem nenhum ferimento, a virgem Maria do seu lado e o cavalo baio. Após o fazendeiro ter pedido perdão, o menino nada respondeu, montou o baio e saiu a galope. 



Dama da Meia Noite

Conta a lenda que uma mulher jovem que não sabe que morreu vive andando pelas ruas da cidade. A tal mulher anda sempre com um vestido vermelho ou branco para encantar os homens solitários que bebem em algum bar. É uma alma penada com corpo jovem e sedutor que se aproxima dos homens solitários deixando-os encantados.

A moça rapidamente pede para que o homem a leve de volta para casa e ele, enfeitiçado pela beleza da moça, aceita prontamente. Ao se depararem com um muro alto ela desce e o convida para entrar. Quando o homem solitário percebe que se trata de um cemitério, a moça desaparece e o sino da igreja toca avisando que é meia noite. 
 

Cuca 

 A Cuca se originou através de outra lenda: a Coca, uma tradição trazida para o Brasil na época da colonização. Segundo a lenda, a Cuca é uma velha feia que tem forma de jacaré e que rouba as crianças desobedientes, sendo usado por muitas vezes como uma forma de fazer medo em crianças que não querem dormir.  

Boitatá

A lenda do boitatá foi criada pelo padre José de Anchieta, que descreveu o boitatá como uma gigantesca cobra de fogo ondulada, com olhos que parecem dois faróis, couro transparente, que cintila nas noites em que aparece deslizando nas campinas e na beira dos rios. Diz a lenda também que o boitatá pode se transformar em uma tora em brasa, para assim queimar e punir quem coloca fogo nas matas.
 
Quem se depara com o boitatá geralmente fica cego, pode morrer ou até ficar louco . Assim, quando alguém se encontrar com o boitatá deve ficar parado, sem respirar e de olhos bem fechados.
 
Em muitas partes do Brasil a lenda é contada de forma diferente. Em Santa Catarina, por exemplo, o boitatá é descrito como um touro de "pata como a dos gigantes e com um enorme olho bem no meio da testa, a brilhar que nem um tição de fogo".  

Iara

A Iara é uma linda sereia que vive no rio Amazonas, sua pele é morena, possui cabelos longos, negros e olhos castanhos. Ela costuma tomar banho nos rios e cantar uma melodia irresistível, desta forma os homens que a veem não conseguem resistir aos seus desejos e pulam dentro do rio. Ela tem o poder de cegar quem a admira e levar para o fundo do rio qualquer homem com o qual ela desejar se casar. Os índios acreditam tanto no poder da Iara que evitam passar perto dos lagos ao entardecer.

Segundo a lenda, Iara era uma índia guerreira, a melhor da tribo, e recebia muitos elogios do seu pai que era pajé.
Os irmãos de Iara tinham muita inveja e resolveram matá-la à noite, enquanto dormia. Iara, que possuía um ouvido bastante aguçado, os escutou e os matou.
Com medo da reação de seu pai, Iara fugiu. Seu pai, o pajé da tribo, realizou uma busca implacável e conseguiu encontrá-la, e, como punição pelas mortes, a jogou no encontro dos Rios Negro e Solimões. Alguns peixes levaram a moça até a superfície e a transformaram em uma linda sereia.
  

Mula Sem Cabeça

A origem da lenda é desconhecida, mas bastante conhecida em todo o Brasil. A mula é realmente uma mula sem cabeça, que solta fogo pelo pescoço, local onde deveria estar sua cabeça. Possui em seus cascos ferraduras que são de prata ou de aço e apresentam coloração marrom ou preta.

Segundo a lenda, qualquer mulher que namorasse um padre seria transformada em um monstro. Dessa forma, as mulheres deveriam ver os padres como uma espécie de “santo” e não como homem, se cometessem qualquer pecado com o pensamento em um padre, acabariam se transformando em mula sem cabeça. Diz a lenda que o encanto somente pode ser quebrado se alguém tirar o freio de ferro que a mula sem cabeça carrega, assim surgirá uma mulher arrependida pelos seus “pecados”.
 

Saci-Pererê

O Saci-Pererê é uma lenda do folclore brasileiro que originou-se entre as tribos indígenas do sul do Brasil.O saci possui apenas uma perna, usa um gorro vermelho e sempre está com um cachimbo na boca.

Inicialmente, o saci era retratado como um curumim endiabrado, com duas pernas, cor morena, além de possuir um rabo típico. Com a influência da mitologia africana, o saci se transformou em um negrinho que perdeu a perna lutando capoeira, além disso, herdou o pito, uma espécie de cachimbo, e ganhou da mitologia europeia um gorrinho vermelho.

A principal característica do saci é a travessura. Ele é muito brincalhão, diverte-se com os animais e com as pessoas. Por ser  muito moleque, ele acaba causando transtornos, como: fazer o feijão queimar, esconder objetos, jogar os dedais das costureiras em buracos, entre outras coisas.

Segundo a lenda, o Saci está nos redemoinhos de vento e pode ser capturado jogando uma peneira sobre os redemoinhos. Após a captura, deve-se retirar o capuz da criatura para garantir sua obediência e prendê-lo em uma garrafa. Conta também a lenda que os Sacis nascem em brotos de bambus, onde vivem sete anos e, após esse tempo, vivem mais setenta e sete para atentar a vida dos humanos e animais, depois morrem e viram um cogumelo venenoso ou uma orelha de pau.

Lobisomem

O lobisomem é um dos mais populares monstros fictícios do mundo. Suas origens se encontram na mitologia grega, porém sua história se desenvolveu na Europa. A lenda do lobisomem é muito conhecida no folclore brasileiro, sendo que algumas pessoas, especialmente aquelas mais velhas e que moram nas regiões rurais, de fato acreditam na existência dele.

A imagem do lobisomem é de um monstro que mistura formas humanas e de lobo. De acordo com a lenda, quando uma mulher tem 7 filhas e depois um homem, esse último filho será um Lobisomem.
Quando nasce, a criança é pálida, magra e possui as orelhas um pouco compridas. As formas de lobisomem aparecem a partir dos 13 anos de idade. Na primeira noite de terça ou sexta-feira após seu 13º aniversário, o garoto sai à noite e no silêncio da noite se transforma pela primeira vez em lobisomem e uiva para a Lua, semelhante a um lobo.

Após a primeira transformação, em todas as noites de terça ou sexta-feira, o homem se transforma em lobisomem e passa a visitar 7 partes da região, 7 pátios de igreja, 7 vilas e 7 encruzilhadas. Por onde ele passa, açoita os cachorros e desliga todas as luzes que vê, além de uivar de forma aterrorizante.
Quando está quase amanhecendo, o lobisomem volta a ser homem. 

Segundo o folclore, para acabar com a situação de lobisomem, é necessário que alguém bata bem forte em sua cabeça. Algumas versões da história dizem que os monstros têm preferência por bebês não batizados, fazendo com que as famílias batizem suas crianças o mais rápido possível.  



Fonte:  site Brasil Escola (http://www.brasilescola.com/folclore/
 

Um comentário:

  1. Das lendas e imaginários colectivos se faz uma cultura!... lendas geralmente construídas de imagens e linguagem tão queridas da criançada ... uma forma feliz e eficaz de serem semeadas e assim permanecerem indefinidamente enraizadas e fundiddas na dita cultura, de um povo!...

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